Os primeiros 12 compassos estabelecem um tema na tônica (Fá Maior).
No compasso 13 (quiálteras), inicia o que chamamos “ponte modulante”. Ela termina no compasso 26, já com a tonalidade de Dó Maior (dominante) estabelecida.
No compasso 27 se inicia uma seqüência ou grupo de temas na dominante (Dó Maior):
Tema 1, 8 compassos (27-34)
Tema 2 (quiálteras), 8 compassos (35-42)
Tema 3, 12 compassos (43-54)
Os três últimos compassos antes do ritornello constituem a Coda, encerrando a Exposição, que se repete na gravação acima.
Após o ritornello segue-se o Desenvolvimento, quando elementos dos temas da Exposição aparecem transformados e modulados. No caso desta Sonata, são apenas 26 compassos onde parece sugerida a tonalidade de Ré menor.
Logo no início da 3ª página da partitura linkada acima (que não tem números de compasso), retorna o 1° tema, marcando o início da Reexposição.
Nesta parte, a ponte modulante aparece diferente da Exposição, com mais compassos (14) e modificada para terminar na tônica – Fá Maior. Os três temas que na Exposição eram apresentados na Dominante, agora aparecem transpostos para Fá Maior, resolvendo o contraste de tonalidades. Do mesmo modo a pequena Coda, reproduzida também em Fá Maior.
A seguir entra a ponte modulante, com 6 compassos (oitavas na mão esquerda), que conclui em Ré Maior – o tom da dominante.
Quando muda para clave de sol na mão esquerda (a partitura linkada não tem números de compasso), é o início da seção ou grupo de temas na dominante:
Tema 1, 9 compassos – neste tema a segunda parte (ou semi-frase) é uma variação da primeira.
Tema 2, 12 compassos – de novo a segunda parte como variação da primeira.
A seguir se inicia uma Coda já mais longa que a da Sonata comentada antes, assim como também aconteceu com os temas. A Coda marca o fim da Exposição, o que fica claro pelo ritornello (também executado na gravação acima).
Após o ritornello, começa o Desenvolvimento, que parece curtíssimo, porque já após 8 compassos aparece um pedal de dominante que caracateriza uma retransição, uma chamada da tônica que desemboca no primeiro tema da Sonata.
Aqui Mozart causa um efeito inesperado: terminou muito cedo o Desenvolvimento, mas ao invés de apresentar o tema igual no início, como seria de se esperar numa Reexposição, Mozart apresenta o tema com variações e ensaia uma modulação, que não se concretiza. Ou seja, Mozart mistura criativamente o Desenvolvimento com a Reexposição.
Logo a seguir aparece a ponte modulante, que efetivamente termina na Dominante, como na Exposição. Isso também é inesperado, pois como vimos na Sonata anterior, a ponte deveria ser modificada para terminar na Tônica. Parece que isso não foi necessário, porque após o Ré Maior do fim da ponte, Mozart cai direto em Sol Maior, a Tônica, tonalidade na qual reapresenta os dois temas da Exposição.
Os dois temas aparecem transpostos para a Tônica, assim como a Coda que encerra a Reexposição e o Primeiro Movimento da Sonata.
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Veja abaixo um interessante comentário das Sonatas do compositor, que encontrei no Scribd, mas não identifiquei o autor: